ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 08.09.1994.

 


Aos oito dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e quatro, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Zilah Mattos Totta, nos termos do Requerimento nº 04/94 (Processo nº 488/94), de autoria do Vereador Jocelin Azambuja. Compuseram a MESA: Vereador Airto Ferronato, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; Professora Iara Wortmann, Presidente do Conselho Estadual de Educação; Senhor Antonio Carlos Falavena, Presidente da Associação dos Círculos de Pais e Mestres; Jornalista Firmino Cardoso, representante da Associação Riograndense de Imprensa; Senhor Vilmar Govinatz, Presidente da Federação das Associações dos Círculos de Pais e Mestres das Escolas Particulares; Professora Zilah Mattos Totta, Homenageada; Vereador Jocelin Azambuja, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, a seguir, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Jocelin Azambuja, em nome das Bancadas do PTB, PDT, PPR, PMDB e PSDB, falou sobre o trabalho realizado pela Professora Thereza Noronha em defesa da organização de sua classe na busca da melhoria da educação no Estado. Também, destacou a participação da Professora Zilah Mattos Totta nessa luta, a qual exige, a cada dia, um envolvimento mais efetivo de cada um de nós. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, como extensão da Mesa, das Senhoras Maria Carvalho Silveira e Maria de Fátima Carvalho Silveira, irmã e sobrinha da Professora Thereza Noronha; da Senhora Izabel Zanetti, esposa do Deputado e Professor Hermes Zanetti; e da Professora Lúcia Moraes, representante da Escola Estadual Euclides da Cunha. Também, leu correspondência recebida pela Casa, relativa à presente solenidade, das Direções e Professores da Escola São Judas Tadeu e do Colégio Farroupilha, entregando tal correspondência à Homenageada. A Vereadora Maria do Rosário, em nome das Bancadas do PC do B e do PT, discorreu sobre o significado do papel do educador dentro da sociedade atual, salientando a importância da luta desenvolvida pelas Professoras Thereza Noronha e Zilah Mattos Totta na busca do concreto reconhecimento do trabalho do professor brasileiro. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, declarou ter a Professora Zilah Mattos Totta atuado como educadora, líder sindical e Secretária da Educação, conhecendo as várias faces do processo educacional. Destacou não estarem as nossas crianças sendo devidamente educadas, lembrando que “um país que não se preocupa com a educação de seus filhos não tem o direito de pensar em desenvolvimento”. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças, no Plenário, da Professora Marília Koeche, Diretora Pedagógica da Escola Pré-Primária “Nanani”, da Professora Alzira Baum, Presidente da Associação de Moradores do Bairro Menino Deus, e da Diretoria da Escola João XXIII. Após, concedeu a palavra à aluna Bibiana Graeff Chagas Pinto que, em nome do Grêmio Estudantil do Colégio João XXIII, prestou uma homenagem à Professora Zilah Mattos Totta. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, assistirem à entrega, pelo Vereador Jocelin Azambuja, do Prêmio de Educação Thereza Noronha e, em prosseguimento, concedeu a palavra à Homenageada, que agradeceu o prêmio recebido, falando sobre o profissionalismo e a paixão sempre demonstrados pela Professora Thereza Noronha na realização de seu trabalho. Ainda, o Senhor Presidente convidou o Vereador Jocelin Azambuja e a Senhora Sandra Tedesco Saldanha para, em nome da Casa, procederem à entrega de flores à Professora Zilah Mattos Totta. Às dezoito horas e trinta e dois minutos, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presisidos pelo Vereador Airto Ferronato e secretariados pelo Vereador Jocelin Azambuja, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Jocelin Azambuja, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia do documento original.)

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Declaramos abertos os trabalhos desta Sessão Solene.

Neste momento, convidamos para fazer parte da Mesa a nossa homenageada, Profa.. Zilah Mattos Totta, e os demais convidados: Exma. Sra. Presidente do Conselho Estadual de Educação, Profa. Iara Wortmann; Exmo. Sr. Presidente da Associação dos Círculos de País e Mestres, Sr. Antonio Carlos Falavena; Exmo. Sr. Jornalista Firmino Cardoso, representante da ARI; Exmo. Sr. Presidente da Federação das Associações dos Círculos de País e Mestres das Escolas Particulares, Sr. Vilmar Govinatz.

Senhoras e Senhores, quero registrar a nossa satisfação de presidir esta Sessão Solene destinada à entrega do Prêmio de Educação Thereza Noronha, que foi instituído nesta Legislatura, cuja autoria é do Ver. Jocelin Azambuja, que destaca figuras de nossa sociedade que contribuíram para a educação. Hoje, o primeiro Prêmio da Educação é entregue à Profa. Zilah Mattos Totta, que também é de iniciativa do Ver. Jocelin Azambuja. Particularmente, eu, filho de professora que sou, desde os tempos de guri, no Interior, no Município de Arvorezinha, já ouvia o nome da Profa. Zilah na minha casa, através de noticiários, e até hoje ainda ouvimos a Profa. Zilah com seu belo trabalho na área da educação. Homenageamos esta grande figura humana pelo brilhante trabalho que tem feito pela educação, em nome na Mesa Diretora da Câmara, pelo trabalho que presta à nossa Cidade.

Convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em nome de sua Bancada, o PTB, e pelas Bancadas do PDT, PPR, PMDB e PSDB.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais convidados.) Irmãos da nossa querida homenageada, Profa. Zilah; irmã e sobrinha da nossa saudosa Thereza Noronha; demais amigos da Profa. Zilah; amigos nossos e todos os que temos a honra de, neste momento, aqui receber. Alguns gostariam de estar aqui presentes e não puderam. O nosso querido Prof. Zanetti, nosso particular amigo, que está representado pela sua esposa, Izabel, lamentavelmente, por estar correndo em campanha, não pôde estar aqui. Também o Ver. Antonio Hohlfeldt, que está aqui representando. A vida exigiu que estivessem em outro local, mas, na verdade, todos estão com o pensamento nesses minutos em que vamos estar reunidos, voltados para a nossa querida Zilah.

Hoje é um dia muito importante para mim, particularmente, porque nunca imaginei que pudesse, um dia, ter a oportunidade de fazer este tipo de homenagem. Até o pessoal no gabinete me perguntava por que eu estava tremendo. E eu disse: “Estou nervoso”. Realmente, é dos poucos dias da minha vida em que fiquei nervoso. A gente está acostumado a discursar, a se manifestar para a massa, em todos os lugares, na frente dos palácios, mas hoje é um dia muito especial. Na frente dos meus ex-professores, sempre se fica envolvido emocionalmente. A Zilah também disse que estava nervosa. Quando eu não estava envolvido com a educação, acompanhava de longe o trabalho da Profa. Zilah e da Profa. Thereza Noronha. Na época, eu não estava envolvido com educação, com a questão da educação, de forma profunda, pois não tinha filhos ainda e não estava no dia-a-dia da escola. Mas via e acompanhava o trabalho delas: as entrevistas da Zilah como Presidente do CPERS, como Secretária de Educação. A Zilah Totta e a Thereza Noronha... Eu pensava: “Essas duas mulheres têm uma força, uma energia; estão sempre na ponta dos movimentos, lutando, participando”. Comentava com os meus familiares e admirava por demais o trabalho delas.

Depois, as minhas filhas foram para a Escola Presidente Roosevelt, e acabei me envolvendo com a educação, com o movimento do Círculo de Pais e Mestres. Acabamos tendo uma aproximação estreita com Dona Zilah, mas já não tínhamos a Profa. Thereza Noronha, que teve que partir antes de nós.

Tanto a Profa. Thereza Noronha quanto a Profa. Zilah Totta já receberam inúmeras homenagens. A Câmara Municipal de Porto Alegre, que está completando duzentos e vinte e um anos, não tinha um prêmio na área de educação. Isto me chamou a atenção. Então, propusemos que se criasse o Prêmio de Educação Thereza Noronha, para homenagear essa mulher forte, lutadora, que presidiu o Centro de Professores do Rio Grande do Sul por duas gestões, que presidiu a Confederação de Professores do Brasil, que foi Vice-Presidente da Confederação Mundial dos Professores, que lutou pela sua classe profundamente, que lutou pelo CPERS, que hoje é o CPERS/Sindicato, lutou muito para construir o Centro de Professores do Rio Grande do Sul, junto com a Zilah, com o Zanetti e tantos outros professores. Juntos organizaram a classe dos professores no Rio Grande do Sul, fizeram os primeiros movimentos reivindicatórios. Fora do Brasil e no mundo inteiro, levaram o nome dos professores do Rio Grande do Sul nas mais altas discussões por que passou a educação no nosso País e no nosso mundo. A Profa. Thereza Noronha acabou partindo, nos deixando no meio da luta, da caminhada, mas deixou exemplos maravilhosos, belíssimos, de tenacidade, de vontade política de vencer, que acabaram sendo mobilizadores. A própria Comissão de Educação da Confederação de Professores hoje tem um programa instituído com o nome da Profa. Thereza Noronha. A Profa. Zilah Totta trabalhou muito naquele programa. Conheci mais a fundo quando na época era CPD, não era Confederação Nacional de Professores em Educação.

Depois, outra situação que nos levou a refletir foi que a instituição desse prêmio não fosse apenas para o professor, pois não sou professor; sou um pai envolvido em educação, mas considero-me também um educador, pois pais e professores são educadores; um sem o outro não completa o processo de educação integral para uma criança. Pensamos em fazer uma homenagem em que a Câmara valorizasse tanto os professores como os pais que se destacassem na área de educação no Dia Mundial da Alfabetização. Hoje vemos que temos no mundo cerca de oitocentos milhões de analfabetos. São dados que impressionam. No Brasil, temos mais de trinta milhões de analfabetos. Serve para refletirmos profundamente sobre a questão do acesso à escola, do dever de darmos escolas, de o Estado propiciar a educação, de se cumprirem os preceitos constitucionais da educação, que está abandonada, tão esquecida, tão atacada pelos péssimos governos que tivemos ao longo da história deste País, que nunca olharam, de fato, para a educação com deveriam olhar. Sempre tenho dito que, se todos os Municípios, todos os governos colocassem como prioridade o investimento em educação e saúde, nós, em vinte ou trinta anos, teríamos outro Brasil, teríamos um Brasil transformado, mas o pessoal opta por calçar ruas, pôr asfalto. Estou analisando todos os governos. Não eximo ninguém que esteve no Governo. Todos têm feito a mesma opção: investir em calçamento. Dizia ao Prefeito: “É uma opção; não temos aqui nenhuma escola de 2º grau; só temos uma escola de 1º grau completo”. Mas na vila já fez mais de 2.000m de calçamento; asfalto, mais de mil e tantos metros. As criancinhas ignorantes caminham nas ruas calçadas! São opções que os administradores fazem. Nós temos obrigação de nos contrapor a isso para mostrar que aqueles que chegam ao poder têm que ter mais obrigação de investir na educação, pois a educação é a condição básica para o desenvolvimento.

Se nós temos analfabetos... E é claro que vamos ver o que é analfabeto, porque aquele que mal escreve o nome já não é mais considerado analfabeto porque aprendeu a escrever o nome. A estatística iria crescer muito mais se analisássemos o que é analfabetismo. Neste momento em que refletimos sobre a questão do analfabetismo, a questão da educação, nada melhor do que, através de uma educadora como foi Thereza Noronha, que começou também como alfabetizadora, que foi professora de 1º grau, prestarmos uma homenagem àqueles que receberão da Cidade de Porto Alegre esse carinho, essa homenagem especial. A escolha da Profa. Zilah Totta vem exatamente também por essa relação, porque, ao falarmos na Zilah Totta, falamos também em educação. Não tem como pensar no nome da Zilah e não pensar na educação como um todo. A Zilah tem uma passagem. Ela esteve na escola pública, esteve na escola privada, esteve no poder, foi Secretária de Educação, esteve na liderança do movimento sindical e já esteve em trabalhos internacionais voltados à questão educacional, em relação à profissão do professor, em relação à educação como um todo. Ela tem uma bagagem imensa de conhecimentos e experiências a transmitir a todos.

Fazendo uma retrospectiva da Profa. Zilah, temos que fazê-la lembrando alguns tópicos. Ela começou em 1940 como professora primária; depois, professora de Educação Física em São Leopoldo; professora primária no Venezuela aqui, em Porto Alegre; professora de Filosofia no Júlio de Castilhos; professora de Educação Física no Sevigne; professora na Faculdade de Serviço Social da PUC; Diretora do Paula Soares; fundadora do Pio XII, onde criou a classe suplementar do ensino secundário; Secretária de Educação do Estado do Rio Grande do Sul; Coordenadora da Comissão de Currículos da Conferência Nacional de Educação do Rio de Janeiro. Também integrou o grupo colegiado do João XXIII, sendo uma das fundadoras; membro do Conselho de Administração da Fundação Padre Landell de Moura; participou de encontros nacionais e internacionais de educação; professora de Filosofia da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul; professora da História da Filosofia; fundadora e Diretora de Estudos e Lazer da Pontifícia Universidade Católica; participou de seminários nacionais de educação, arte e lazer; Assessora Técnica da Confederação dos Professores do Brasil; coordenadora de seminários e simpósios; é cidadã, tem o Título de Educadora Emérita do Rio Grande do Sul, concedido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul; coordenadora da Comissão de Educação do Centro de Professores do Estado e também da Confederação de Professores do Brasil; Presidente do Centro de Professores de 1981 a 1984; representante da Confederação do Simpósio Internacional de Educação em favor do Desarmamento. Recebeu o Título de Professor Emérito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Pelo Conselho Geral do CPERS, foi eleita para representar no Conselho Estadual de Educação, onde hoje a Profa. Iara é a Presidente, e também já foi representante do CPERS em outros promovidos por Conselhos de Pais e Mestres, onde a Professora Zilah sempre defendeu o CPM como instituição positiva para a comunidade.

Há pouco tempo, quando os CPMs eram acusados pelo Governo Estadual, lá foi a Profa. Zilah Totta para a televisão defender o Círculo de Pais e Mestres como instituição positiva, quando muitos, por falta de visão ou inteligência, não compreendem a profunda mensagem que os CPMs têm. Então, a Profa.a Zilah Totta tem uma história e uma vida ligadas à educação, o que emociona a todos nós, o que faz com que a gente reflita profundamente sobre esse passado, sobre este presente e o seu futuro, porque a Profa. Zilah tem muito ainda para nos dar e está nos dando muito. Está sempre mobilizada, sempre atuante, sempre ativa, sempre envolvida com o processo de educação. É consultada em todos os momentos. Não há liderança em educação neste Estado que não vá lá bater nas portas da Profa. Zilah para consultar, para pedir uma opinião, porque ela, realmente, sempre tem uma palavra importante a dar.

Eu me lembro um dia em que fui no CPERS. Estavam aqui presentes os representantes dos sindicatos de professores da França, da Espanha, da Argentina. Eles foram fazer uma manifestação e lá estava a Profa. Zilah debatendo com eles e discutindo, há questão de três, quatro anos atrás, questões da educação em nível nacional e internacional. É uma relação muito profunda de carinho da educação com a Profa. Zilah Totta e da Profa. Zilah Totta com a educação.

Nós diríamos a vocês que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou por unanimidade tanto a instituição do Prêmio Thereza Noronha como também a concessão deste prêmio de educação à Profa. Zilah Mattos Totta, como realmente uma grande e justa homenagem da Cidade de Porto Alegre a esta educadora. Nós gostaríamos também de dizer que este sentimento que grassa por toda esta Casa, que é esta visão de educação, esta consciência da importância da educação, uma atitude como esta não é simplesmente para homenagear a Profa. Zilah Totta por tudo que ela merece, mas é também para fazermos uma reflexão sobre a educação, aproveitando justamente esta oportunidade. É momento de fazermos uma análise, uma reflexão profunda sobre o momento em que se vive na educação e sobre a necessidade que temos, cada vez mais, de aprofundar um trabalho e de abraçar esta bandeira de forma total: sem educação nós jamais teremos solução para os nossos problemas. É essa a questão fundamental que temos neste País quando estamos pensando em eleger novos governantes, em eleger um novo Presidente, em dar um novo caminho para este País. Temos que ter a consciência de que, se não houver, de fato, um investimento em educação, nós teremos apenas mais um governo, como já tivemos outros tantos. Enquanto não houver o respeito ao professor, a dignificação da profissão do professor, o reconhecimento do que é um professor, nós não teremos um processo de educação avançado. A valorização do professor é fundamental. Nós, pais, temos que colocar o professor no seu devido lugar de respeito, que a sociedade merece. Toda sociedade precisa ver o professor como aquele ser que realmente é importante para nós. E uma sociedade que não sabe valorizar um professor não valoriza nada. Não está valorizando o futuro do seu filho, não está valorizando o seu presente e nem valoriza o seu futuro. Há a necessidade de analisarmos com os governantes essa realidade. Não adianta os governantes assumirem o poder e continuarem fazendo o mesmo que todos fazem, e não adianta também só construírem escolas. Temos que dar condições para que elas funcionem, para que se tornem atraentes para as crianças. Só assim não haverá a evasão escolar, não haverá o abandono das escolas prematuramente. A criança que permanece na escola se torna, amanhã ou depois, um ser produtivo para a sociedade, porque as crianças que abandonam a escola cedo, tendo que ir para o mercado de trabalho a baixos salários, simplesmente não trazem crescimento ao País.

Esta luta que a Profa. Zilah Totta desenvolveu ao longo da sua vida, dinamizando a educação, mostrando a importância da educação, é o que temos que aproveitar e fazer com que os governantes reflitam, e também comentar isso na mídia, que dá pouco espaço para a educação. Realmente, temos que aproveitar a imagem da Profa. Zilah Totta para continuarmos lutando pela educação e, ao mesmo tempo, dizer que para nós é motivo de muita alegria, como também para as Bancadas do PMDB, PSDB, PPR, PDT e da minha bancada, o PTB, que é uma honra muito grande lhe dizer “muito obrigado” por tudo que a senhora tem feito pela educação, por tudo que a senhora tem feito e fará pelos nossos filhos, por tudo que a senhora ainda contribuirá para a educação da nossa Cidade, Porto Alegre, do nosso Rio Grande do Sul e do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Por solicitação da Mesa, queremos citar as presenças da Sra. Maria Carvalho Silveira, irmã da Profa. Thereza Noronha; da Sra. Maria de Fátima Carvalho Silveira, sobrinha da Profa. Thereza Noronha; da Izabel Zanetti, esposa do Deputado e Professor Hermes Zanetti, e da Profa. Lúcia Moraes, que representa a Escola Estadual Euclides da Cunha. Informamos que a Câmara Municipal recebeu correspondência da Direção da Escola São Judas Tadeu e do Colégio Farroupilha, que passamos às mãos da Profa. Zilah Totta.

Convidamos para fazer uso da palavra, em nome do seu partido, o PC do B, e em nome do PT, a Vera. Maria do Rosário.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) O educador verdadeiro é um ser humano com todos os medos que os seres humanos vivem no seu dia-a-dia. O que a fez educadora é a capacidade de enfrentar os desafios, de pensar sua prática, de embasá-la teoricamente e de desafiar esse medo através desse ato de ensinar e de aprender cotidiano, dedicando a essa ação a sua vida, uma paixão muito grande, e fazendo-se, a cada momento, mais humana nesta relação com seus alunos, com a sociedade. É por pensar assim a ação de ensinar, o papel e a figura do educador que me parece grandioso este momento em que podemos homenagear duas pessoas, que são, para a história do nosso País, figuras magníficas quanto à valorização do papel do educador e da escola. A minha saudação à Profa. Zilah Mattos Totta, que recebe, neste momento, um prêmio com o nome da tão saudosa Profa. Thereza Noronha - com muito mérito esse prêmio assim se chama. Sem dúvida alguma, são duas notáveis mulheres, profissionais que se destacaram por uma questão específica, mas importante, na vida de todos os cidadãos, desde os mais humildes até os de mais posses e de mais possibilidades de afirmação social: a bandeira da educação e a defesa da escola como uma instituição que deve ser respeitada. Estas duas professoras, sem medo e com muita paixão, enfrentaram as dificuldades, os preconceitos das suas trajetórias e, no entanto, conseguiram atingir os seus objetivos e o reconhecimento de todos os seus conterrâneos. Este momento é muito importante. Por isso a proposição do Ver. Jocelin Azambuja, aprovada por esta Casa por unanimidade, é o entendimento de toda a Cidade de Porto Alegre. É o sentimento de cada estudante, de cada professor, de cada pessoa que confia e precisa da escola, especialmente da escola pública, e a quer como um espaço melhor, um espaço voltado ao crescimento, ao respeito, à dignidade e à cidadania. Falar destas duas pessoas, neste momento, para nós é uma honra, sem dúvida nenhuma. Thereza Noronha, Presidente do CPERS, Confederação do Brasil, Presidente do CEMOP. Na gestão de Thereza é que o CPERS conseguiu o terreno onde será sua sede, demostrando que a sua gestão teve uma preocupação com o futuro da entidade e com a organização dos professores para que ali se instalasse um espaço para a grandiosidade do magistério gaúcho, um respeito fiel ao caminho e cidadania percorridos durante toda a sua vida. Lamentavelmente, ela nos deixou num acidente, quando ajudava a preparar um encontro nacional de professores em Criciúma. Faleceu no exercício da ação que fez o movimento principal da sua vida: a organização do magistério, dos educadores, para a valorização da profissão e da educação.

Profa. Zilah, a senhora é verdadeiramente um símbolo para todos nós, educadores. Com a sua liderança e capacidade ocupou dois dos mais importantes cargos deste Estado: as funções de Presidente do CPERS e de Secretária de Educação do nosso Estado, merecendo, sem dúvida alguma, receber este prêmio que Porto Alegre concede. Mas, apesar de ser um momento de festa, a Profa. Zilah nos faz pensar sobre a nossa condição como educadores, porque é, de fato, um momento difícil e que não deve nos abalar, mas que nos faz pensar como educadores, como pessoas comprometidas com a educação, os caminhos que nós devemos trilhar unidos para resgatar a valorização profissional que a senhora teve como bandeira durante toda a sua vida. O magistério estadual sofre a falta de democracia. Lamentavelmente, não elegemos mais os nossos Diretores. O magistério estadual vive a falta de incentivo, e é com muita tristeza que eu me proponho a falar disso num dia de festa, mas me parece importante. Os salários dos professores são tão baixos, que, há poucos momentos, eu recebi em minha sala uma professora que teve como vencimento, para o nível V, com todos os descontos realizados pelo Dr. Governador do Estado, neste último mês, R$ 65,00. São salários aviltantes. E o seu exemplo, neste momento, Profa. Zilah Totta, é tão importante para os professores neste Estado por não ter compactuado, em nenhum momento, com as dificuldades impostas para o magistério. É um alento para nós. E, além disso, a certeza de que, com a sua imagem, nós construímos uma referência de otimismo, uma referência de esperança, de união, e que, verdadeiramente, a partir desse seu exemplo de otimismo, de vitalidade, nós conseguimos ter essa referência para mudar esta realidade.

A população do nosso Estado valoriza imensamente a educação, a escola pública e os seus professores. Lamentavelmente, o poder, seja ele econômico, seja ele político, não tem valorizado o magistério e a educação. De certo, existem alguns momentos que não são captados pelas parabólicas e que as autoridades falam de uma forma não verdadeira do nosso idealismo em abraçarmos a causa da educação. Mas isso não deve nos abalar, porque o principal é que se mantenham e que nós possamos viver, em cada momento, a honra da convivência com uma trajetória tão importante como a da Profa. Zilah Mattos Totta.

Por isso, a Câmara Municipal, em nome da Cidade, abraça-lhe, e eu, que falo em nome das Bancadas do PC do B e do PT, trago-lhe um abraço muito especial. Hoje, enquanto estava na minha sala de aula, como professora alfabetizadora, eu contava aos meus alunos que iria participar de uma homenagem à Profa. Zilah Totta. Contei um pouco da história, da importância que a senhora, como professora, tem para nós todos no Estado do Rio Grande do Sul e neste País. Então, meus alunos disseram: “Então, ‘Profe’, dá um beijo nela por nós”. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em nome da Bancada do PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.(Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) Eu assomo a esta tribuna num imperativo dever de gratidão e de reconhecimento. Ao contrário dos Vereadores que me precederam e dos que talvez exerçam o mandato nesta Casa, eu tenho o privilégio de ter sido aluno da Profa. Zilah Mattos Totta, e é nesta condição que pretendo dirigir-lhe algumas palavras e, sobretudo, aos presentes.

A Profa. Zilah é uma autêntica síntese da educação neste Estado, porque ela viveu os dois lados da moeda, como dirigente classista, como Secretária da Educação, mas é, sobretudo, como educadora que nós devemos homenageá-la neste dia. A educação, hoje tão vilipendiada... E eu não falo na redenção educacional somente, na revisão dos salários das professoras, na construção de novas escolas. Eu quero chamar a atenção dos que estão presentes aqui para uma verdadeira e necessária revolução que se deve fazer no processo educacional. As nossas crianças não estão sendo suficientemente educadas para enfrentar os desafios que o novo milênio está nos vislumbrando. Eu não culpo isso ou disso ao magistério; ele é tão manipulado quanto a sociedade. Não gostaria de acreditar, mas me parece que há uma deliberada intenção da elite dirigente em fazer com que a sociedade permaneça na ignorância para mais facilmente ser manobrada, porque não há outra explicação para isso. A arrecadação de impostos deveria, de todos as maneiras, conduzir a um processo educacional efetivo, porque um país que não se preocupa com a educação de seus filhos não tem direito a aspirar a nenhum futuro, e a história registra inúmeros exemplos de países que se redimiram pela educação. E nós, hoje, estamos assistindo a este degradante aspecto de uma eleição de Presidente da República, Governadores de Estado, Deputados Federais e Deputados Estaduais, conduzido no nível mais baixo que se possa conceber - de educação, de proselitismo, de apresentação de propostas. Este é um país que vive na ignorância, e aqueles que porventura puderem sair desse círculo menor têm a obrigação de se comprometerem a revisar esse procedimento.

O meu partido, PPS, sucessor do PCB, nunca esteve no governo, mas ao longo da nossa história - e são setenta e três anos - preconizamos que a educação é a mola propulsora do desenvolvimento e do progresso. Sem isso, não haveria saída para este País. Lamentavelmente, estamos assistindo a este quadro desolador, onde os procedimentos éticos e morais estão reduzidos a escombros. A escola, como instituição, é manipulada; verbas são desviadas, gastas em outras coisas que não no processo educacional; o magistério, então, nem se fala! Hoje, ele é uma categoria de longínqua classificação no conceito social, e isto não pode continuar assim.

O prêmio que hoje é conferido à Profa. Zilah Mattos Totta, Prêmio Thereza Noronha, é o reconhecimento desta Casa ao trabalho da educadora, essa figura excepcional da sociedade rio-grandense. O Prêmio Thereza Noronha leva o nome de uma queridíssima companheira de lutas sindicais, com a qual também convivemos no CPERS. E o CPERS, para nós, é uma instituição inabalável, por mais que se tentasse e se tente desmontá-lo. Isso é um crime que se pratica contra a organização da sociedade, e o CPERS, hoje, tem uma representatividade social que ninguém, de sã consciência, pode hostilizar. E a Profa. Zilah Mattos Totta foi Presidente deste CPERS numa época diferente da de hoje. A Profa. Iara Wortmann também. Por isso, temos que refletir seriamente, e esta solenidade - vejo aqui um número enorme de professores - é uma solenidade do magistério rio-grandense, daquele magistério mais autêntico que este Estado possui e que precisa ser resgatado. Receba, por isso, minha prezada Professora, o reconhecimento de alguém que, como muitos de nós, lembra sempre da nossa professora. Muito obrigado. (Palmas.)                          

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar as presenças da Profa. Marília Koeche, Diretora Pedagógica da Escola Pré-Primária “Nanani”, e da Profa. Alzira Baum, Presidente da Associação de Moradores do Bairro Menino Deus. Os alunos do Grêmio Estudantil do Colégio João XXIII prestarão uma homenagem à Profa. Zilah Totta. Convidamos a aluna Bibiana Graeff Chagas Pinto para prestar a homenagem.

 

A SRTA. BIBIANA GRAEFF CHAGAS PINTO: (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) É com muita honra e carinho que prestamos esta homenagem à Tia Zilah, como alunas e representantes do Grêmio Estudantil do nosso “Joãozinho”. Queríamos agradecer, em nome de todos os alunos que estudam e estudaram no João XXIII, pela garra, coragem e sensibilidade de Zilah Totta por ter criado uma escola em que um dos princípios é a liberdade, em plena época de ditadura militar, onde não existia liberdade de expressão. O espírito comunitário implantado por Zilah permanece até os dias de hoje, e é isso que faz com que o nosso “Joãozinho” continue diferenciado das outras escolas. É uma grande família. Nós, alunos, dedicamos nossa admiração a essa pessoa maravilhosa, a essa tia tão pequena e tão grande por dentro, que é a nossa Tia Zilah. É com muito orgulho que hoje dizemos: parabéns Tia Zilah! (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Jocelin Azambuja para participar da Mesa. Convidamos a todos para que, em pé, assistamos à entrega do Diploma à Profa. Zilah Totta.

(É feita a entrega do Diploma. Palmas.)

 

Nossa homenageada, a Profa. Zilah Totta, está com a palavra.

 

A SRA. ZILAH MATTOS TOTTA: Exmo. Sr. Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre; distintos membros da Mesa; meus queridos familiares, que me acompanham neste momento; meus queridos amigos; meus queridos Vereadores que, de uma forma tão significativa, há pouco me dirigiram a palavra; minhas queridas sobrinhas do “Joãozinho”. Vou tentar falar, em que pese a minha emoção. Penso eu que em poucos momentos da minha vida senti-me tão emocionada como me sinto neste instante. Por quê? Há uma simbolização neste gesto. Permitam-me chamar de gesto essa proposição do querido Ver. Jocelin Azambuja, que se transformou numa Resolução da Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu chamo de gesto porque entendo que a significação é tão profunda e tão marcante que nos envolve do fundo do coração. São mãos amigas que se estendem para nós; são corações generosos que nos dirigem a palavra; são afetos que se exteriorizam e são, também - por que não dizer? - admirações que se manifestam de uma forma tão amiga, de uma forma tão profunda, de uma forma tão singular! Esta é a razão por que me permito chamar de gesto: pelo significado desta Resolução da Câmara Municipal de Porto Alegre, que tanto me honra. Tenho certeza de que, no momento em que esta Câmara decidiu homenagear a Profa. Thereza Noronha com o Prêmio da Educação, concretizando uma realização, como muito bem disse o Ver. Jocelin, necessária à Câmara Municipal, criou uma situação nova, criou um momento singular que jamais será esquecido.

Homenagear Thereza - não é só a amizade que me faz falar, é a justiça - é homenagear a dignidade, é homenagear a coragem, é homenagear a capacidade de realização, a capacidade de querer bem, de dedicar-se a cada pessoa em particular, de voltar-se para os problemas mais urgentes e cruciantes, não apenas da categoria profissional a quem honrou no exercício de sua vida, mas a todos os que necessitavam de alguma coisa. Thereza - permitam que eu diga, e, acreditem, não é a amizade que me faz falar, é a verdade -, Thereza, sem dúvida, foi uma pessoa singular. Por isso, quero homenagear esta Câmara, que soube encontrar em Thereza a razão de um prêmio de educação. Porque educar, sabemos, é criar no homem um ser novo, promovê-lo e fazê-lo tomar consciência de sua realidade. Isto tudo Thereza conseguiu no decorrer de toda sua vida profissional, que tão de perto tivemos o privilégio de acompanhar, de participar, de vibrar, de aplaudir.

Trago aqui comigo, e peço licença para uma rápida leitura, o parecer de uma professora de Encruzilhada, terra natal de nossa querida Thereza, em que ela diz em um jornal de Encruzilhada. (Lê.) “Thereza Noronha Carvalho foi um símbolo para o seu povo. Nasceu aqui, na pacata Vila de Encruzilhada, marco histórico do tempo em que se fez um Rio Grande que se projetou no mundo. Escolheu os caminhos da educação e viveu plenamente o seu destino de plasmadora de gerações. Deu o melhor da juventude pelo ideal que abraçara. Foi professora agradecida por morte com o Título de Educadora Emérita, foi líder do magistério no Rio Grande, no Brasil, no mundo; foi política, primeira mulher a exercer a vereança em sua terra natal, e a única mulher gaúcha candidata a suplente de Senador. Jamais demonstrou cansaço, desilusão. Estava sempre bem com a vida, numa campanha sem término. Em sua luta havia sempre brados de vitória e cânticos de fé”.

Muito mais do que eu disse essas palavras dizem; por isso quis trazer para repartir com todos os senhores, meus amigos. Eu quero chamá-los de meus amigos, pelo que vocês trouxeram de carinho, de reconhecimento, de ternura a este gesto da Câmara Municipal de Porto Alegre, a esse gesto do Ver. Jocelin Azambuja, a esse gesto da Vera. Maria do Rosário, a esse gesto do meu querido ex-aluno, a todos esses gestos que aqui se manifestaram de uma forma tão singular, tão fraterna e, eu diria, tão amorosa. Resgatar a minha vida profissional é uma coisa que me emociona, não por mim, mas por aquelas pessoas com quem tive a felicidade, o privilégio de conviver, e várias delas aqui se encontram, trazendo o seu carinho, a sua ternura, aquele companheirismo de sempre que nos alimentará no decorrer de nossa vida. Sou professora porque amo o magistério, porque amo a educação, porque amo crianças, porque acredito na educação, porque tive uma mãe professora. Sempre as recebi na minha casa e nas escolas por onde passei. Elas estão aqui representadas: o Paula Soares, meu querido Paula Soares, uma das melhores fases de minha vida. O “Joãozinho”, nosso querido “Joãozinho”, festejando seus trinta anos. Aqui se encontra o Professor Lamáfia, companheiro de lutas e projetos na Secretaria de Educação; posteriormente, no João XXIII, de quem também é fundador. Aqui se encontram fisionomias que me são tão queridas; eu sentia que iria chorar. Eu conversei antes de virmos para cá com o Ver. Jocelin Azambuja e disse a ele que quase não tinha condições, como estou neste momento. A Nair, que me conheceu no CPERS, sabe bem que momentos nós enfrentamos, sabe que gratificantes foram as nossas lutas, sabe, como nós sabemos, que o CPERS/SINDICATO é uma realidade que está de pé para ser respeitada, como foi dito pelos Senhores Vereadores que me antecederam. Digo mais: amada, porque forja têmperas de educadores, ocasiona provocação sadia. Eu não saberia, com toda a franqueza, dizer aos senhores qual a etapa mais feliz de minha vida profissional, porque todas elas me deixaram algo de muito profundo. Todas elas me marcaram tanto, que eu agradeço a Deus diariamente - podem crer - por ser professora. Eu ainda não pendurei as chuteiras e não pretendo pendurar, a não ser que a vida exija. Nós todos estamos juntos para lutar. Cada um na sua posição, na sua casa, na sua escola, na Câmara, onde quer que se encontrem. Todos nós estamos aqui para fazermos alguma coisa. Ninguém pode dizer que não tem nada a ver com o mundo de hoje, porque tem muito a ver. Este mundo está muito difícil. Este é um mundo que, realmente, nos provoca, nos desafia e, se não tivermos aquela segurança, aquela certeza de que estamos de posse da verdade, não é fácil de enfrentarmos. Por isso, meus queridos amigos da Câmara Municipal, pelo seu gesto, por esta distinção que me conferiram, completamente inesperada... Eu lhes confesso que levei um susto - na intimidade com que estou lhes falando - quando chegou para mim, através da correspondência oficial, a notícia da Resolução da Câmara. Alegrei-me porque se tratava da pessoa de Thereza, mas, ao mesmo tempo, intimidei-me quando se tratava da minha pessoa. Estou falando com toda a sinceridade, tanto que quase adoeci - até chamei o meu médico -, mas prometi ao Ver. Jocelin Azambuja que estaria aqui hoje. Quando ele me telefonou, eu falei: “Eu não estou bem, mas, se Deus quiser, quinta-feira eu estarei lá.” Estou aqui com vocês repartindo a significação desta hora que jamais irei esquecer, agradecendo a vocês porque estão comigo aproveitando este momento de profunda significação.

Bibiana querida, o que disseste em nome do “Joãozinho” vai ficar gravado, este “Joãozinho” que foi, talvez, um dos grandes impulsionadores do nosso ideal. Por isso, ao reconhecer que todos vocês que aqui estão estão sentindo conosco a dignidade desse momento, faz-me sentir profundamente honrada. Este momento está me proporcionando... Este gesto simboliza a consciência de que eu tenho grandes amigos. Vocês são testemunhas disso. Era isso. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença da Diretora da Escola João XXIII. Convidamos o Ver. Jocelin Azambuja e a Relações Públicas da Casa, Sandra Tedesco Saldanha, para que entreguem o buquê de flores à Profa. Zilah.

 

(Procede-se à entrega das flores. Palmas.)

 

É uma imensa satisfação presidir esta Sessão, cumprimentando mais uma vez a Profa. Zilah Totta. Agradecemos a presença de todos. Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h32min.)

 

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